O autosport português fez esta semana, um artigo sobre o panorama actual do Campeonato Portugal de ralis. Como todos sabem, as listas de inscritos do CPR estão pior do que nunca em termos de participantes pois, raramente, conseguem superar ou chegar a 30 viaturas e por todo o território nacional, existem cada vez mais provas de outros campeonatos com listas bem apetrechadas.
Nestes tempos de crise, já se devia ter feito algo de revolucionário nos regulamentos do CPR. Segundo os pilotos e equipas, as inscrições no campeonato e nas provas, são exageradamente caras, o calendário esta inadequado pois, não faz sentido ter uma prova como o Rally de Portugal a contar para o nacional, a promoção das provas é péssima e o sistema de pontuação é do mais confuso que existe.
A FPAK diz sempre aceitar sugestões mas, acabam sempre por fazer o que bem entendem. Na próxima reunião da Comissão de Ralis da FPAK, em meados de Setembro, deverão ser apresentadas algumas soluções em cima da mesa mas, dificilmente se resolverão todos os problemas existentes no CPR.
Em principio, serão apresentadas propostas em avançar com um sistema de nomeação antecipada das provas por parte dos concorrentes e adoptar o sistema de pontuação utilizado no wrc, acabando talvez, com o sistema confuso das bonificações, bem como, a abertura à classe dos carros GT. - Serão estas as melhores soluções para aumentar as listas de inscritos?
O autosport recolheu algumas impressões sobre este problema, junto dos principais pilotos da temporada 2010, onde foi possível saber o que eles pensam e o que fariam para mudar esta situação.
Bernardo Sousa: "Pela minha parte mexeria na calendarização. Não faz sentido termos três provas 'grandes'. Das três, uma devia saltar fora. Também considero que devia existir limitação de pneus nas provas 'não FIA' (Torrié, Serras Norte, Centro, Mortágua e Casinos do Algarve). O preço das inscrições também é demasiado elevado. Além disso, o atual sistema de pontuação do Mundial é mais justo, mas não sou a favor das nomeações prévias das provas. Escolher seis pontuações em oito ralis parece-me continuar a ser um bom sistema, desde que, como já disse, só houvesse dois ralis FIA no calendário. Noutro capítulo, não vejo razões para nivelar os S2000 e os Grupo N, tão só e apenas porque no asfalto isso é utópico e porque já foram divididos em duas categorias diferentes".
Vitor Pascoal: "Acho que o Rali de Portugal devia sair do calendário. É o rali mais caro e o que temos menos retorno. Ao contrário, acho que os Açores e Madeira deviam continuar, apesar de serem ralis caros, mas que já fazem parte do património do CPR. Por outro lado, a FPAK devia conseguir garantir maior retorno de televisão e de órgãos de comunicação não especializados. De resto, os clubes também não divulgam as suas provas como deviam, porque também não têm meios. Cada vez mais isto é uma disciplina para ricos".
Miguel Campos: "Era preferível ter oito ou nove ralis pequenos do que ter um calendário com cinco e mais o Rali de Portugal, Açores e Madeira que são mais de 50 por cento do orçamento de uma época. Mantinha o atual sistema de pontuação, pois privilegia o espetáculo e obriga o piloto a andar depressa e não a gerir, mas acabava com as bonificações. Apesar de correr de S2000, acho que seria uma boa aposta seguir o exemplo espanhol de nivelamento com os Grupo N através das alterações nos restritores. Por último, quatro pneus novos em vez de seis por Parque de Assistência seriam suficientes".
Ricardo Moura: "Como em tudo na vida não há receitas milagrosas, mas se as marcas preferem investir no futebol em detrimento dos ralis é porque dessa forma têm mais retorno. Isso leva-me a pensar que, de facto, o grande problema dos ralis em Portugal tem por base a falta de promoção. Basta pensar que a grande maioria dos resumos televisivos são transmitidos em canais pagos e a horas de muito pouca audiência. Mantendo-se esta situação nunca teremos um campeonato a sério em que as marcas sejam os principais intervenientes".
Pedro Peres: "Para começar organizava um colóquio entre os principais intervenientes do CPR pois a Comissão de Ralis não tem significativa expressão uma vez que as suas sugestões raramente são ouvidas. Depois limitava os custos de pneus e de combustível pois as gasolinas a 5 €/litro deviam ser substituídas por gasolina normal comprada diretamente nos Parques de Assistência. As três provas maiores também deviam ser substituídas por mais pequenas, tal como o sistema de pontuação do Grupo N que é injusto nas provas de dois ou três dias, isto para já não falar no preço das inscrições que é exorbitante".
Resposta da FPAK...
Luís Pinto de Freitas (FPAK): "o Campeonato de Portugal de Ralis é para quem tem meios e quem não os têm só tem que direcionar os seus projetos para campeonatos como o CPR2 e o Open, mais adequados à sua realidade. O CPR não tem que ser nivelado por baixo e além disso, Madeira e Açores também fazem parte de Portugal!".
"Seria uma mais-valia importante ter um promotor para o CPR em 2011, mas não há quem queira fazer este trabalho porque é difícil reunir os meios necessários para o sustentar"
Soluções:
ResponderEliminar- Gasolina podia ficar ao critério de cada um;
- Limitação de pneus consoante o número de quilómetros da prova;
- Redução no preço das inscrições do campeonato e provas;
- Abertura a mais tipos de carros, incluindo os VSH, como se faz em muitos campeonatos;
- Retirar Rally de Portugal do Campeonato e substituir pelo Oliveira do Hospital, com os troços de Arganil;
- Adoptar o sistema super rally do wrc, para terminar com as bonificações confusas. Em vez dos 5 minutos de penalização por troços não efectuados, aplicar apenas 3 minutos;
- Terminar com as pontuações independentes dos grupos nas provas com mais de dois dias, utilizando o sistema super rally;
- Provas mais compactas com ligações curtas;